quarta-feira, 8 de maio de 2013
Sempre serei uma perdida
Nunca fui dona da minha vida. Comecei a tentar aos 35 e correu tudo mal. Tenho 42 e continua a correr tudo mal. Uma pessoa toma uma decisão e se for uma pessoa como eu, nunca tem a certeza da certeza dessa decisão. A maioria dos dias que correm tenho saudades de quando a vida corria e não tinha que tomar decisões e aí parecia que a vida me corria melhor. Acontece que quis mudar, certa que era bom ser eu a comandar e que já bastava de acasos e rabinhos virados para a lua. Mas as coisas quando lhes queremos tomar as rédeas custam muito, principalmente quando, como eu, nunca sabemos exactamente o que queremos. Não saber o que se quer da vida aos 20 é fácil e até enternecedor, acontece que não saber o que se quer da vida aos 42 é um bocado chato para os próprios e pode levar à loucura aqueles que ainda nos acompanham nesta coisa esquisita que é a vida. Odeio ter que tomar decisões é por isso que se chegar aos oitenta e depois morrer os meus amigos já sabem que as cinzas terão que ser deitadas ao mar ao largo das Ilhas Cagarras ao som de Dancing Queen. Também serão velhinhos os meus amigos que finalmente irão adorar uma decisão tomada por mim.
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