De mulheres, como estavam todas de encarnado, só a actriz Drica Moraes foi considerada por nós nos trinquis, mesmo não sendo tão mediática como Ingrid Bettencourt, nós levámos isso em conta, nem tendo estado cativa como ela, lá no Afeganistão, ou lá onde ela esteve. Aquele lugar que agora se tornou um destino trendy, na companhia de um capacete azul. Ou mais sofisticado, na companhia da família Sousa Tavares. Toda. Dos avós aos netos.
O que nos teria escangalhado de tão bom seria ter visto na capa da Vejinha, Dom Joãozinho, herdeiro do trono brasileiro. Tão cool e tão monarquicamente incorrecto como o Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles gostaria que D. Duarte fosse.
No Braseiro da Gávea, caipirinha na mão e mais nada, seria imbatível ao lado de qualquer Joaquim Monteiro de Carvalho, giro, alto e inteligente, que já foi um mauricinho capaz de encostar meninas lindas e a mulher de branco às paredes do Palace. Esta última só por ele ser o neto do chiquérrimo "Baby".
Mas não, D Joãozinho não apareceu. Deve ter recusado o convite em proveito daquela sua feijoada completa em Paraty, onde ele só mostra as suas fotos e telas aos que entram de havaiana no pé.
Imagina D. Duarte na capa da Monocle de havaianas: seria o nosso predator rústico, ou um excêntrico pelo menos, daqueles formado pela USP, ao lado de Fernando Henrique Cardoso que lhe poderia ter contado da vida sórdida de seu Zé Dirceu, quando era mulher.
Queria uma Monocle onde estivesse com ele, em vez de D. Isabel, a Geninha Mello Castro e seu sotaque fodão de quem conhece Caetano de outros carnavais. Acabadinha de aterrizar em Lisboa para o seu novo vinil com letras da Mafalda Veiga e música do Jorge Peixinho. E a ideia tinha sido bolada por ele.
Com um reino rectangulo e sempre mal vestido, com sapatos confortáveis, e um ar saudável de quem vive em Sintra, naqueles ares e ventos e mares de Camões de onde ele só tira versos errados e conversas esquisitas, coisa que ninguém ainda identificou vão anos de chalaça nos Três Pastorinhos, Copos de Três, Trumps, Ad- Lib, Incógnito, Plateau e não sei se no Boom, este ano.
D. Duarte e a os Infantes só podem existir porque uma ama cega tricotava as camisas de vénus de sua majestade. Tanta loirice e infante, só cá estão e montam tanto a cavalo e jogam tanto ténis e aprendem mandarim e boas maneiras, por causa da dita não ter visto que umas vezes deixava cair malhas e outras acabava-se a lã.
É muito importante que a nossa família real despeça o alfaiate e a costureira, venda a prataria e volte para o Brasil, onde Dona Isabel descobrirá que afinal tem buceta, D. Duarte quererá ser sexy e andar de sungão e sairá na Monocle.
D. Joãozinho tratará de lhes lavar a aura, de os tornar interessantes apreciadores de Sushi e de cachaça e de organizar brechôs elegantes de roupa horrível.
Em Portugal manifestações e petições para D. Duarte voltar e voltar ao Benfica e a Sintra e também a deixar-se de paneleirices, como a história do Sungão.
Adeptos do Benfica e do núcleo do Barbas acompanhados pelo senhor que deslarga aquela àguia pífia antes dos jogos, pedem-lhe, desde já, que lhes traga fitas do bonfim para distribuir num jantar de solidariedade (para com as vítimas do Tsunami que arrasou Aveiro, levando com ele todas as fábricas de Lérias da região), jantar esse oferecido pelos Irmãos Cardinalli, donos do circo onde aquela miúda do Mónaco micou o chunga trapezista, que na época ainda só servia canapés e acepipes moles.
A culpa é dos patrulheiros do Parque de Albarquel onde está instalado o Sistema de Alerta de Tsunamis, SAT, considerado por muitos críticos o único objeto de design no distrito de Setúbal.
(com Monique Tiple, em quatro horas)
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