A nossa família é um grupo de pessoas que todas juntas têm uma força sobre nós maior que Deus, ou uma música qualquer que nos faça mal ou bem. Mas a nossa família pode ser uma "Muralha de Aço" no ar para que o mundo não desabe sobre a nossa cabeça. Acaso tenham todos, todos, no mínimo quatro anos de terapia freudiana em cima. Ou não tenham tido dinheiro, vocação ou paciência para isso, mas tenham tido a sorte de cair no caldeirão do Asterix e nunca mais se tenham esquecido disso e portanto sejam sempre mais benevolentes uns com os outros e connosco do que o maluco do Gordon Ramsey.
Isso "a gente"vê quando está de fora, quando é aquele dia chuvoso no meio do ano que não tem nada a ver com o Natal ou o Ano Novo, ou outros dias festivos. Porque no Natal vêm os nervos, a loucura generalizada, os cabeleireiros, os doces, a consoada, a Missa do Galo, as meias que recebemos da tia rica quando somos putos, os presentes reciclados, a over convivência porque ainda há o dia 25 todo, para os que adoram cabrito e ver como vão os desavindos que não puderam estar na Ceia de 24.
O Natal é bom até aos 12 anos. Depois é mau. Depois aguenta-se bem, quando se cresce e se tem filhos pequeninos e queremos que eles amem o Natal em nosso nome porque nós já nos esquecemos como é, mas pronto. Logo, logo, volta a ser aquele momento em que temos medo. Muito medo do encontro Laranja Mecânica, Blow Up, que ali vem disfarçado no Bacalhau com Todos.
Eu ao quarto copo de vinho, torno-me sociável, uma coisa tecnico-táctica como aulas de Artes no Iade que se usam por toda a vida em certas alturas e uso e gosto. Até do robe que a querida coisa familiar me oferece à meia noite. E também já dei meias.
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