terça-feira, 13 de novembro de 2012

Deus não é brasileiro. Só amanhã

Dias de chuva no Rio são tão injustos, tão maus, como dias de Sol em Lisboa oferecidos por Deus Nosso Senhor à Fraulein. Deus não é justo, muito menos Brasileiro quando faz chover no Rio e dá Sol à maníaca-obsessiva que manda na Europa. Porque se Deus fosse Brasileiro era nosso irmão, tinha uma família esquecida em Trás-os-Montes, era um porreta por isso e nunca deixaria a senhora do cabelo ruim passear-se ao lado do Bar Moinho, em Carcavelos, debaixo de um Sol lindo. Como eu sei que deixou. Deus é muito mais injusto e capaz de nos fazer mais mal - só porque tem mais poderes - do que o nosso maior amigo quando nos zangamos. Deus é um parvo porque escreve direito por linhas tortas. Porque é que tem que ser assim? Se Deus é quem diz ser, as linhas seriam perfeitas e logo direitas. Choveriam só pancadas rápidas e sexys  de chuva e abriria o Sol imediatamente depois. E a senhora que leva o pequeno almoço ao Joachim todos os dias e só pensa em dinheiro, faria um entorse no tornozelo, por causa da linda calçada portuguesa, que lhe doesse muito, muito e lhe afectasse também os olhos e não a deixasse ver o nosso mar, aquele que vai da Praia do Moinho até à nossa Zona Económica Exclusiva. Pelo menos.

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