quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A E.L. James deve ter um problema muito grande

Não só os portugueses foram idiotizados pela trilogia mais merdosa do ano. O fenómeno sado-maso- totozão também chegou aqui e vende quilos de papel. Invejo imenso porque não sou capaz de fazer uma coisa igual. Se eu conseguisse escrever aquilo ia ser mil vezes mais feliz, porque com o dinheiro recebido em direitos, ia poder gastar acima das minhas possibilidades e deixar de comer Nestum quando estou triste, contente ou simplesmente sem grana, porque fui ao cinema e depois também precisei de fazer uma radiografia e não tinha dinheiro para as duas coisas e fui gastadeira, o que acontece todos os meses a partir do dia 15.  Por causa do Nestum, das radiografias e de ter que me habituar a viver como nos piores tempos na União Soviética, penso muito no que poderia fazer com a grana toda se um dia escrevesse uma merda tão grande. Li o primeiro todo. Todinho. E a cada página ficava mais invejosa: Eu não acredito! Eu não acredito nesta merda, um gajo sempre vestido com umas calças de ganga e uma camisa de linho branca e uma miúda toda babaca a gostar de levar palmadas e a chamar ao seu pipi - em vez de digamos, cona, buceta, rata, xoxota, sardanisca, gobernights, miúda sem nome - Minha Deusa Interior. Não dá para acreditar. É mau demais. Deixa-nos mal. Eu não tenho nenhuma deusa interior. Cada vez que o gajo a espanca e espanca sem forcinha nenhuma,  eu ia espancar muito melhor, a Deusa Interior dela aquece, enrubesce, dança e faz mais não sei o quê que o meu pipi nunca fez, faz ou fará em quarenta e dois anos de cambalhotas. Porque não são coisas que se consigam fazer. Ou ponham lá um pipi a dançar? É que nem no Sambódromo em dia de Portela.

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