segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Descomplicômetro ligado

Primeira coisa a fazer: Ligar o descomplicômetro para ser feliz. Está tudo mais caro, pois está. Eles estão menos servis e mais espertos e também já não há tantas gatas por metro quadrado para nos atender na Osklen. Pois não. Mas isso tem um lado bom - menos concorrência. Faxineiras andam desaparecidas e já não limpam mais uma casa por quaisquer cinquentinha. Um fumacê pra trazer bons fluidos não se consegue por menos de 150. Obvio, desleixei o fumacê para a casa nova.
Mesmo assim, os cariocas que riam por tudo e por nada riem mais ainda, desconfio que mais dia menos dia a coisa me comece a irritar. Irrita sempre um bocadinho. Mas está tão bom! E tão bom, tão bom, que leva um ponto de exclamação! Que essa coisa de se ter deixado de exclamar em Portugal só pode ser um modismo deprimido de fadistas em crise criativa. Ou qualquer coisa para poupar. 
Digo sem medo: Está tão bom aqui, que se melhorar estraga! Até o mafioso do  Dirceu há-de ir  dentro, com uma tv flat-screen, mas dentro e se Deus for mesmo brasileiro - e é  - sodomizado até nunca mais voltar a poder sentar a bunda feia nas cadeiras do restaurante Papaçorda, em Lisboa, a beber vinhos caros e a fazer negócios sórdidos com gente esquisita.  
Nestes dias, felicidade tem sido fazer compras no supermercado Zona Sul ao lado de coreanos  feios da Samsung,  de americanos branquelas do petróleo e dos nossos miúdos sortudos, a fazer Erasmus e a comprar goiabinhas e gomas e rebuçados de tamarindo, com cara de quem é feliz e de quem se sente em casa entre um baseadinho, um mergulho e um jogo de altinha na praia.  Só se vive uma vez e eles estão cansados de ouvir o pregão da vendedora,  "Gente, se você quer ter um corpinho escultural, é só comer "sandwichi" natural. ". Vamos lá.

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