segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Casa

Estou a pensar ir viver para o Vidigal. Para os que não sabem, o Vidigal é aquela favela que se vê quando se olha para o morro dos Dois Irmãos. O Vidigal, neste momento,  é melhor do que o Parque de Campismo de Monsanto que era onde possivelmente eu iria acabar tivesse continuado em Lisboa. Além de tudo o Vidigal está em ascensão e o Parque de Campismo de Monsanto em decadência. Talvez esteja a falar de cor, porque não vou lá desde os idos de 70. Os pais das minhas melhores amigas tinham uma autocaravana, sem avançado. Com avançado eram os bimbos.
Não havia melhor programa que ir passar os fins de semana com elas. Havia piscina - outra esperança minha, é ver o complexo de piscinas dos Olivais revigorado - casas de banho comunitárias onde tomávamos banho todos juntos, papel higiénico debaixo do braço, experiências à noite, liberdade depois dos meus pais me deixarem e voltarem para o aconchego do Lar.
Mas no estado em que as coisas estão, em Portugal, talvez a Câmara pense em recuperar o Parque para as pessoas que não podem mais pagar os empréstimos que lhes disseram que podiam.  Isso vai ser bom. Enquanto tal não acontecer, estou à procura de casa no Vidigal,no Rio de Janeiro, para onde aconselho todos a marchar em força, desculpem o militarismo; onde já moram franceses, holandeses da passa, claro e meninos bem de Cascais a fazerem Erasmus e amigos do Ricardo Pereira, aposto. Onde o futuro é agora, os policiais tomam conta, há escolas de boxe, ioga, chinês e bailes funk do fim do mundo. E eu? Eu sempre gostei de betos e não tenho dúvidas do fim do mundo.

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