domingo, 4 de novembro de 2012

"Vandalismo Romântico"

Cheguei e já diminuí para um quarto o Cipralex que tomo, mas não sei se fiz bem. O cheiro pesado,  nauseabundo, tão bom da Baía de Guanabara ajudou a controlar a minha ansiedade que este ano andou nas alturas ao som da voz do Vítor Gaspar e das coisinhas do Vítor Gaspar e das olheiras bancárias do Vítor Gaspar. Este Portugal é do Vitor Gaspar. O frio é do Vítor Gaspar. Eles são amigos. O Furacão Sandy foi mandado pelo Vítor Gaspar para congelar os nova iorquinos que são pessoas giras e sobreviventes ao Bin Laden e os impedir de andarem nas ruas a comer pretzels todos contentinhos. Eu sei que ele, a fraulein, o Relvas e o Penteadinho andam atrás de nós porque querem comer  Pastéis de Belém às escondidas - se calhar não devia ter dimínuido a dose do antidepressivo.
É por isso que me mandaram emigrar, não queriam bichas à porta. Eu disse bichas? Disse bichas? Disse, disse; disse até pior, porque há pior que uma bicha, há bichas anãs, orientais, pessoas pretas e pretos mas também há paletes de familiazinhas, mil euricos por mês, à porta dos Pasteis de Belém, que são as que eles gostam. Todos macdonaldizados a passear em Massamá. Vingança do Penteadinho pelos anos de subúrbio. Um case study o miúdo Coelho. Ele suporta-nos, a grupeta dele odeia-nos. Somos os vândalos românticos apostados em ser felizes. Se não fosse para chorar só podería chamar ao ano que vivi em Portugal uma neochanchada.

"Vandalismo Romântico" é um termo roubado à minha amiga Patrícia Abrantes. Obrigada.

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